Rondônia
‘O Território’ fica de fora da disputa ao Oscar 2023; conheça história filmada em Rondônia
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Cena do documentário ‘Território’ — Foto: Divulgação
O documentário “O Território” está fora da disputa ao Oscar 2023 na categoria de Melhor Documentário Longa Metragem.
A Academia anunciou nesta terça-feira (24) a lista com cinco indicados na categoria, sem o documentário filmado em Rondônia. Veja quem segue na disputa:
- All That Breathes
- All the Beauty and the Bloodshed
- Vulcões: A Tragédia de Katia e Maurice Krafft
- A House Made of Splinters
- Navalny
A história de ‘O Território’
O documentário mostra a luta de indígenas Uru-Eu-Wau-Wau pela defesa de suas terras. Durante 1h24m de duração, o público entra nas rotinas de Bitaté, um jovem Uru-Eu-Wau-Wau e da ativista Ivaneide Bandeira, conhecida como Neidinha.
Eles ajudam a traçar a linha narrativa. O documentário mostra como Bitaté recebe a missão de ser uma nova liderança para seu povo na luta contra o desmatamento ilegal, queimadas, invasão e grilagem.
Ivaneide Bandeira, conhecida como Neidinha — Foto: Reprodução/O Território
Uma das cenas mostra o jovem liderando uma fiscalização dentro da terra indígena. Durante patrulhamento, ele e os parentes flagraram um homem armado, suspeito de invasão de terras, dentro da floresta.
Durante a abordagem, feita em 2020, os indígenas passaram álcool em gel nas mãos do suspeito e fizeram com que ele também usasse máscara, já que a pandemia de Covid-19 trazia preocupações.
Já Neidinha é mentora de Bitaté. Ela atua ativamente na proteção da floresta e dos povos indígenas de Rondônia. Entre os pontos sensíveis mostrados em “O Território” estão os desafios impostos à segurança da família dela por causa de seu trabalho de denunciar crimes ambientais.
Ari Uru-Eu-Wau-Wau
Ari Uru-eu-wau-wau foi encontrado morto em RO — Foto: Reprodução/Kanindé
A morte de Ari Uru-Eu-Wau-Wau também é mostrada em “O Território”. Ari trabalhava registrando e denunciando extrações ilegais de madeira dentro da aldeia, pois fazia parte do grupo de monitoramento do povo indígena.
Ele foi morto durante a noite de 17 de abril de 2020 e o corpo encontrado na manhã seguinte, com sinais de lesão contundente na região do pescoço, que ocasionou uma hemorragia aguda.
“Para o meu povo assistir esse documentário hoje é muito forte porque ele [Ari] esteve presente no início. Lembrar é um furo no coração da gente”, diz Bitaté.
Outdoors espalhados em Rondônia com a pergunta: “Quem matou Ari Uru-Eu-Wau-Wau?” — Foto: Kanindé/Reprodução/Redes Sociais
A TI Uru-Eu-Wau-Wau
A Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau passa por pelo menos 12 dos 52 municípios de Rondônia. Ela abriga nove povos, incluindo indígenas isolados. Entre as principais ameaças apontadas estão: desmatamento, queimadas e ações de grileiros, segundo o Instituto Socioambiental (ISA).
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